quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mulheres e Amigos

"Quando Kama [o amor, o prazer, a satisfação sensual] é praticado pelos homens das quatro castas segundo as regras da Sagrada Escritura (isto é, em matrimônio legal) com virgens de sua própria casta, torna-se um meio de adquirir prole legítima e bom nome, e não se opõe ao costume do mundo. Pelo contrário, a prática de Kama com mulheres de castas superiores e com as mulheres que já foram gozadas por outros, embora da mesma casta, é proibida. Mas a prática de Kama com mulheres de castas inferiores, mulheres expulsas da própria casta, mulheres públicas e mulheres casadas duas vezes não é estimulada nem proibida. O objetivo da prática de Kama com tais mulheres é apenas o prazer.
(...) As mulheres seguintes não devem ser desfrutadas:

A leprosa
A lunática
A expulsa de sua casta
A que revela segredos
A que expressa publicamente o desejo de relações sexuais
A muito branca
A muito preta
A que cheira mal
A que é parente próxima
A que é amiga
A que leva vida de ascetismo
E, finalmente, a esposa de um conhecido, de um amigo, de um brâmane culto, e do rei.

Os seguidores de Babhravya dizem que qualquer mulher que tenha sido desfrutada por cinco homens é pessoa adequada a ser desfrutada [o grifo é meu]. Mas Gonikaputra acha que, mesmo quando isso acontece, as esposas de um conhecido, de um brâmane culto e do rei devem constituir exceção.

São os seguintes os gêneros de amigos:

Aquele com quem se brincou na infância
Aquele a quem se está ligado por um favor
O que tem as mesmas inclinações e gosta das mesmas coisas
O que é companheiro de estudos
O que conhece nossos segredos e faltas, e cujos segredos e faltas também conhecemos
O filho das amas
Aquele que é criado junto conosco
O amigo hereditário

Tais amigos devem possuir as seguintes qualidades:

Dizer a verdade
Não se modificarem com o tempo
Serem favoráveis aos nossos objetivos
Serem constantes
Serem livres de cobiça
Não serem influenciáveis
Discretos"

VATSYAYANA, Mallanaga. Kama Sutra, Traduzido da Versão Clássica de Richard Burton. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986. pp.83;85-86.
  

Um comentário:

Anônimo disse...
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