terça-feira, 26 de maio de 2009

O Princípio Anarquista

"Observai à vossa volta. O que restou de todos os partidos que outrora se anunciaram como partidos eminentemente revolucionários? — Só dois partidos estão em oposição: o partido da coerção e o partido da liberdade; os anarquistas e, contra eles, todos os outros partidos, qualquer que seja sua etiqueta.
É que, contra todos esses partidos, os anarquistas são os únicos a defender por inteiro o princípio da liberdade. Todos os outros gabam-se de tornar a humanidade feliz mudando ou suavizando a forma do açoite. Se eles gritam ‘abaixo a corda de cânhamo da forca’, é para substituí-la pelo cordão de seda, aplicado no dorso. Sem açoite, sem coerção, de um modo ou de outro, sem o açoite do salário ou da fome, sem aquele do juiz ou do policial, sem aquele da punição sob uma forma ou outra, eles não podem conceber a sociedade. Só nós ousamos afirmar que punição, polícia, juiz, salário e fome nunca foram, e jamais serão, um elemento de progresso; e se há progresso sob um regime que reconhece esses instrumentos de coerção, esse progresso é conquistado contra esses instrumentos, e não por eles.”


KROPOTKIN, Pyotr Alexeyevich. O Princípio Anarquista e Outros Ensaios. São Paulo: Hedra, 2007. p36.

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